O sono profundo ajuda a limpar o cérebro
Janeiro 10, 2025
O sono profundo é mais do que um momento de descanso, desempenha um papel crucial na manutenção da saúde cerebral. De acordo com estudos recentes, este estágio do sono tem a capacidade de eliminar resíduos acumulados no cérebro durante as horas de vigília e previne doenças neurodegenerativas.
O que acontece no sistema glinfático?
O sistema glinfático funciona como “uma máquina de lavar” do cérebro, ou seja, possui um sistema integrado de eliminação de resíduos. Nesse sentido, este sistema, através do fluxo de fluídos, remove proteínas tóxicas associadas a distúrbios neurológicos, como o Alzheimer.
Durante o sono profundo, o tronco cerebral libera pequenos surtos de noradrenalina a cada 50 segundos. Esses surtos fazem os vasos sanguíneos se contrair e dilatar de forma rítmica. Esse movimento ajuda a bombear o fluido cerebral, removendo resíduos de maneira eficiente. A descoberta foi feita em estudos com ratos, que mostraram uma ligação clara entre as mudanças no volume de sangue e o fluxo do líquido cefalorraquidiano.
Sono profundo e a prevenção de doenças neurodegenerativas
Um estudo da Northwestern University, nos Estados Unidos, destacou a importância do sono profundo para a saúde do cérebro. Os pesquisadores usaram moscas da fruta, que têm ciclos de sono parecidos com os dos humanos, para estudar como o cérebro elimina resíduos durante o sono profundo. Eles descobriram que esse processo ajuda na recuperação de lesões cerebrais e pode prevenir doenças como Alzheimer e Parkinson.
De acordo com Ravi Allada, diretor do Centro de Sono e Biologia Circadiana da Northwestern, a eliminação de resíduos é uma função central do sono profundo. “A limpeza cerebral durante o sono profundo é crucial para a saúde do cérebro e para a compreensão do porquê precisamos dormir”, afirmou o pesquisador.
Medicamentos para dormir: amigo ou vilão?
Embora os comprimidos para dormir possam ajudar pessoas a adormecer mais rapidamente, os estudos indicam que eles podem alterar a harmonia do sistema glinfático. Isso levanta preocupações sobre o impacto desses medicamentos na saúde cerebral a longo prazo. Natalie Hauglund, da Universidade de Copenhague, alerta: “Cada vez mais pessoas usam medicamentos para dormir, e é muito importante saber se é um sono saudável”.
Em suma, o sono não apenas restaura a energia física, mas também desempenha um papel essencial na limpeza cerebral, prevenindo o desenvolvimento de doenças e melhora a função cognitiva.
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